quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vamos Falar de Depressão ? - Pate IV

CONCEITOS ESPIRITUALISTAS


 A proposta deste tópico não é a de discutir ou de criticar qualquer parâmetro religioso ou dogmático, pelo contrário, é a de elucidar quaisquer tabus e eventuais questionamentos existentes, pois é sabido que certos estados depressivos muitas vezes foram e são interpretados como uma doença da alma e a busca por terapias baseadas em crendices religiosas é bastante comum.
Para Solomon (2004) existe uma distinção entre religião e espiritualidade, a primeira pode ser definida como uma instituição social e não espiritual, a segunda demonstra certa ligação com a ciência que aprimora o conhecimento e acaba por aprofundar a espiritualidade. 
O médico e professor Cajazeiras (2010), em sua obra, reflexiona que para uma melhor compreensão da hipótese espiritista é imprescindível reconhecer que a visão espírita da etiopatogenia não é mística nem sobrenatural, pelo menos no que respeita ao significado atribuído a ambos. A ciência e a filosofia espírita adotam a lógica e a razão, demonstrando em primeiro lugar, a concretude do espírito, como ser circunscrito, não mais abstrato, baseado no modelo estrutural proposto em obras básicas da doutrina.
Franco (2001) afirma que existe uma linha muito estreita separando a sanidade do desequilíbrio mental e há certa facilidade em transitar de um lado para o outro sem que se perceba uma mudança comportamental expressiva. 
Por meio da manutenção da saúde perispiritual ou da sua disfuncionalidade vibratória, há uma identificação com os genes compatíveis com suas necessidades evolucionais, formando-se um novo corpo; nos casos disfuncionais, o corpo poderá apresentar repercussões mais profundas e imediatas ou comportar predisposição a certos estados nosológicos, a depender da responsabilidade, da intensidade e cronicidade do problema que o individuo criou no usufruto do seu livre-arbítrio.
O estado patológico pode manter-se latente durante toda vida, já a predisposição pode desencadear-se conforme a natureza da reação às diferentes experiências vivenciadas no mundo físico, além disso, a distensão no tempo e a fixação no psiquismo resultam o processo do adoecer. A herança biológica seria uma simples conseqüência da herança espiritual, haja vista que o perispírito se modela de acordo com o espírito que o organiza e o mantém.
grosseria dos sentimentos motivada pela busca desenfreada pelo prazer desmedido acaba por resultar no desenvolvimento de hábitos e viciações nocivos que também ocasionam ou agravam o estado depressivo.
As Emoções ou sentimentos negativos estariam relacionados com o grau de afetação íntima, a partir de sua ação e repercussão sobre defeitos que podem ser vistos como elementos desencadeantes ou agravantes dos estados depressivos.
O orgulho poderia ser visto como causa primária, pois é a doença do ego que se encontra no processo de busca por privilégios. A raiva, a mágoa e o ódio possuem ação lesiva sobre os tecidos perispirituais culminando na eclosão ou no agravamento de enfermidades relacionadas com a patologia depressiva, tais como cardiopatia coronária e câncer. A inveja e o ciúme são resultados da preocupação excessiva com a possibilidade de ser desprezado e à incerteza quanto à sua importância e o valor pessoal. A culpa é a reação natural quanto à compreensão de falhas e ao dever relativo à convivência e a consciência (CAJAZEIRAS, 2010).



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
  • CAJAZEIRAS, F. A. C. Depressão – Doença da Alma: As causas espirituais da depressão, Capivari/SP: EME, 2010. 207p.
  • FRANCO, D. P.; MIRANDA, M. P. (Esp) Nas fronteiras da loucura, Salvador/BA: Livraria Espírita alvorada, 11ª ed., 2001, 303p.
  • SOLOMON, R. Racionalidade e espírito. Revista Galileu. Ed. Globo, n. 150, p. 40 2004.